ELISABETH MERELIM
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05 março, 2010

100 Anos - Dia Internacional de Luta da Mulher

COMITÊ CENTRAL POPULAR - MÊS DAS MULHERES
à frente de Construção do Dia 8 de março, junto com Sindicatos, Entidades, Movimento Sociais, organizaram uma agenda de acontecimentos para a data.
Mulheres de Juiz de Fora em Luta!
8 de Março de 2010 marco dos 100 anos do Dia Internacional de Luta da Mulher

Nós dizemos não
Nós dizemos não
À industrialização do corpo
Ao padrão preconceituoso de beleza que nos escraviza
À desigualdade que nos humilha
À falta de liberdade que nos acorrenta.
Nós dizemos não
Aos baixos salários que nos pagam
À falta de reconhecimento pelo nosso trabalho
Ao tráfico de mulheres e exploração do nosso corpo
Nós dizemos sim
À construção de uma nova cultura
Onde a mulher não seja explorada, nem humilhada, nem oprimida.
Dizemos sim
À verdadeira emancipação
Dizemos sim
ao amor, à ternura, ao afeto
MULHER NÃO É MERCADORIA.

Mulheres de Juiz de Fora em Luta
As mulheres das áreas de ocupação estão se manisfestando neste 8 de março, denunciando a realidade em que vivem: estamos representando mais de 8 áreas de ocupação que sofrem sem água, sem saneamento básico, sem transporte, sem moradia digna, sem luz, que mobilizaram as suas comunidades e fizeram grandes abaixo-assinados que foram entregues a prefeitura reivindicando nossos direitos.
Somos na maioria mulheres negras trabalhadoras que são oprimidas. Os barãoes da comunicação controlam a informação, e colocam as lutas de negros e negras na invisibilidade, calando a nossa voz. Você já percebeu que o jeito que a mídia nos retrata é que alimenta o preconceito contra nós? A imagem que a TV mostra não reflete a nossa pluralidade, ridiculariza nossas lutas, nos criminaliza e nos transforma em enfeites para vender produto.

Estamos em luta: na I CONFECOM (Conferência de Comunicação) uma das propostas tiradas é a garantia de que a imagem da mulher seja retratada com pluralidade e diversidade e que a mídia promova com a sociedade o combate ao racismo e a violência contra a mulher (Banca Harmadilha do Guetto - Zona Leste de Juiz de Fora).
Será que nossas vidas estão melhorando? Os salários pagos a nós mulheres é suficiente para chegar ao fim do mês? E quantas de nós temos emprego?
Infelizmente as coisas não estão boas para nós.
A maioria de nós, mulheres, estamos em situação de grande opressão e de exploração. Nós cumprimos uma carga de trabalho triplicada, não há tempo livre. Temos os piores salários! Esta realidade torna-se ainda pior para as que não tem emprego. E muitas de nós não sabemos o que fazer por não haver creches públicas suficientes. O Brasil tem 84,5% de crianças fora da creche. Quem trabahar e não tem com quem deixar os filhos, simplesmente não tem opção.
Além dessa violência social existe a agressão moral e física contra as mulheres. A cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil e em muitos dos casos o agressor é o marido ou companheiro. E infelizmente, muitas vezes, o agressor não é punido.
E o que os govenos têm feito?
Infelizmente nada! Dizem que não tem dinheiro. Isto é mentira.
O Custódio está "economizando" ao privatizar as poucas creches existentes e pagando milhões as empresas de caminhão de lixo. Como podemos ver não falta verba e sim a falta de compromisso com os trabalhadores e o povo mais pobre.
É preciso dar um basta na opressão e na exploração. Por isso convocamos o dia 8 de março não para comemorar e festeja e sim para LUTAR!
Exigimos dos governos:

  • Creches em período integral, gratuita e de qualidade
  • Pela imediata aplicação da licença maternidade de 6 meses obrigatória
  • Salário igual para trabalho igual!
  • Habitação de qualidade para todas as mulheres!
  • Contra a violência sexual e moral para com a mulher!

CONVIDAMOS A TODOS PARA O GRANDE ATO PÚBLICO

local: Praça da Estação Dia 8 de Março de 2010 a partir das 15:00h

(todas as informações acima foi tirada do panfleto do Comitê Central Popular)

foto site piratininga
História de 8 de Março - O Dia Internacional da Mulher!
A alemã Clara Zetkin, em agosto de 1910, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague-Dinamarca, propos criar um Dia Internacional de Luta da Mulher.
Na Conferência a proposta foi aceita para realização anual do Dia Internacional da Mulher Socialista, mas a data ficou indefinida, cabendo a cada país comemorar esse dia de acordo com suas decisões. Seguiu publicação sobre as proposições da Conferência no jornal dirigido por Clara Zetkin - "A Igualdade" de 29 de agosto de 1910. "As mulheres socialistas de todas as nações organizaram um Dia das Mulheres específicos, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres. É preciso discutir esta proposta, ligando-a à questão mais ampla das mulheres, uma perpectiva socialista".

O marco da idealização de se criar um Dia Internacional de Luta da Mulher, nasceu na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas!
Um fato tinha acontecido na história de luta das mulheres operárias nos EUA, que fazia parte do pensamento e vez por outra marcava as discussão nas reuniões de mulheres socialistas do mundo, a greve realizada na cidade de Nova Yorque, em 8 de março de 1857, onde operárias de uma fábrica de tecelagem fizeram uma grande manifestação de greve, com as reivindicações em pauta, como a redução da carga horária diária de 16 horas para 10 horas de trabalho, e a equiparação salarial com os homens. A manifestação foi reprimida com violência e as mulheres trabalhadoras foram trancadas por seus patrões dentro da fábrica e incendiadas vivas, morreram 129 mulheres tecelãs carbonizadas.
A libertação da mulher tem origem nas lutas socialistas no fim do séc. XIX e início do séc. XX, na busca incessante de uma sociedade mais justa, igualitária aos direitos das mulheres.

O Dia Internacional das Mulheres é um marco histórico, de lutas passadas, lutas presentes e com certeza lutas futuras por direitos universais de garantia da liberdade, igualdade, direito a condições dignas de trabalho e renda, educação para seus filhos, saúde da mulher e para família, e de melhores condições de vida para as mulheres de todo o mundo.
Uma coisa todas nós mulheres sabemos que se não for através de nossas lutas e reivindicações nada acontece em prol dos nossos direitos, a grande prova disso está no construir dos movimentos coletivos em massa no Dia 8 de março a cada ano, o Dia Internacional da Mulher. Muitas lutas foram travadas e muitas conquistas se consolidaram, mas ainda temos muitos desafios pela frente. E muitas das conquistas tem que ser lembradas e revigoradas a cada momento, para não cair no esquecimento e não haver retrocessos.
Entre 1910 e 1914 vários paises passaram a ter manifestações populares marcando o Dia Internacional de Luta da Mulher, um vez por ano, no entanto em datas diferentes. A maioria dos paises faziam suas manifestações no mês de março. Com exceção dos EUA o dia era comemorado no último domingo de fevereiro e isso se deu em 1911 até 1913. Em 1914 nos EUA comemorou-se em 19 de março o Dia Interncional da Mulher acatando a decisão da Secretaria da Mulher Socialista, órgão da Internacional, por indicação de Alexandra Kollontai, membro da Secretaria, em homenagem as mulheres proletárias na Prússia que reivindicaram o direito do voto ao Rei da Prússia em 19 de março de 1848.
Em 1914, Clara Zetkin, e as mulheres Socialistas marcam a data do Dia Internacional da Mulher para o 8 de Março, e essa data passa a ser comemorada e marco das reinvindicações das mulheres em todo o mundo. Bandeiras foram levantadas pelas mulheres no 8 de março como reivindicações a socialização do trabalho doméstico, equidade salarial entre gêneros, combate a violência, lutas contra o racismo, creches para seus filhos enquanto mulheres trabalhadoras se ausentavam, redução de jornada de trabalho, direito a licença maternidade.
Um dos avanços no Brasil que foi reivindicado por mulheres contra a violência doméstica, deu lugar a promulgação em 2006 da Lei Maria da Penha que pune a violência contra a mulher. Mas os homens continuam matando as mulheres! A luta continua para que a Lei tenha rigor e vença os obstáculos no momento de ser implementada. E precisa-se avançar na prevenção dessa conduta machista e violenta dos homens contra as mulheres, através de políticas públicas.
Em 2010 ao comemorar-se os 100 anos do Dia Internacional da Mulher, no Brasil temos muito que lutar. Na pauta a violência doméstica que avança ainda que a Lei Maria da Penha exista, a desigualdade salarial com cargos e funções semelhantes entre homens e mulheres, a falta da mulher na política brasileira por falta de incentivo partidário e reconhecimento da sociedade da mulher ocupar o espaço da política, a falta de creches públicas, desemprego.
Vamos a um a região brasileira, São Paulo, onde a pobreza tem avançado na periferia, o Prefeito Gilberto Kassab (DEM) cassado pelo TRE e que aguarda no cargo os desfeichos do caso, juntamente com o Governador de São Paulo José Serra (PSDB), não abrem o diálogo com movimentos sociais, e nesses encontramos presença expressiva da mulher. Que reivindica soluções para os graves e sérios problemas de infraestrutura, tanto que São Paulo ficou inundado, submerso com as últimas chuvas, E as enchentes atigem diretamente as mulheres e suas crianças.
Precisamos ter a frente do Poder pessoas, e principalmente mulheres que representem a vontade popular, e as reivindicações das mulheres que são as primeiras a sentirem o descaso com as políticas públicas, referenciais a educação, saúde, moradia, alimentação e postos de trabalho e melhoria substancial da renda.
O Dia Internacional da Mulher só foi reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975.
E o direito ao voto das mulheres no Brasil, só foi reconhecido em 1932.

A Luta das Mulheres Continua!

foto site SACISFontes: site sacis; site ciranda internacional de informação.

19 comentários:

Anônimo disse...

Impressionante regaste que você fez do Dia Internacional da Luta da Mulher - Dia 8 de Março.
Quantas lutas, derrotas, conquistas, misturadas de alegria e dor. Você você tem mesmo talento para escrever Elisabeth! Sua sensibilidade acrescida de conhecimento e busca de, faz seus textos muito interessantes. Paranbens. Seu admirador.

Renato disse...

Ola´Beth adorei a postagem. Valeu.

Sônia disse...

Essas manifestações de nós mulheres é importante, nós sabemos o que vai a nossa mesa e quanto custa. Sabemos o que é enfrentar as filas nos postos de saúde. E sentimos quando a educação não está de qualidade para nossos filhos. Beth eu apoio todo movimento da luta da mulher. Difícil para mim é ir estarei trabalhando e o patrão não abre brecha para que suas empregadas vá a essa manifestação.
Beth acho que deveria ser feriado para melhor a mulher participar de tudo. Fazem feriado de tudo, páscoa, natal, dia da criança, e um monte de santos que nem conhecemos a história. A mulher é a parte mais importante da vida, trazemos os filhos ao mundo e lutamos dia a dia para dar base a família.
Participe por todas nós.
Abraços

Ana Claúdia disse...

Beth adorei e é incrível essa matéria sobre o 8 de março. Obrigada pelo presente. Vi o convite do Comitê pena que trabalho no horário. Terá outras vezes.

Luiza disse...

Oi Beth to passando rapidinho no blog, fotos fortes hein de mulheres corajosas como vc que vive indo nas passeatas e mov. populares. Guerreira é seu nome e de todos seus companheiros que brigam contra a corrupção. A luta é bem maior que ir contra corrupção. É luta para conseguir os direitos. É isso aí menina.
abs

Suzana disse...

Adorei a sua postagem sobre o dia 8 de março quando se comemora as lutas das mulheres, super legal.

João disse...

Seu blog já é uma referencia de leitura. Muito boa essa matéria. A mulher sempre explorada. Hoje em sua jornada tripla de trabalho, emprego, trabalho em casa e estudos. Nada fácil. O salário sempre abaixo na tabela comparativa com o homem. Ainda vivemos em sociedades machistas onde a mulher é subproduto do meio.
Continue nos mostrando essas faces.

Carlos disse...

A voce Elisabeth Parabéns pelo Dia Internacional da Mulher, e a todas as MULHERES!

Ana Miranda disse...

Beth, você, como sempre, arrasando com seus textos!!!
Parabéns!!!
Não fui panfletar com vocês porque meu filho e minha nora vieram passar o final de semana conosco.
Beijos e nos vemos segunda-feira com sol ou chuva!!!

Elisabeth Merelim disse...

Oi Ana acabo de entrar no blog. Foi ótima nossa luta hoje na feira livre. Não só panfletamos como conversamos com as pessoas. Lá acabei encontrando alguns amigos, um deles sindicalista de muita luta, e muita garra.
Esterei com todos na segunda-feira.
Olhe tem uma pesquisa no blog se você quiser pode opinar.
Parece que as pessoas ainda não notaram muito a pesquisa. É apenas para saber se as pessoas que estão entrando no blog estão gostando, isso dará uma ideia.
Quero me esforçar para sempre colocar textos bons. Sempre que escreve há um tempo reservado ao estudo de vários locais, jornais, revistas, sites confiáveis, blogs, e livros.
Abs

Fátima disse...

Olá Beth ótimo, gostei de ler. Nós mulheres somos guerreiras, viva nós mulheres e nossas lutas.

Em todos os campos somos lutadoras, no lar, no trabalho, no conduzir da educação dos filhos, junto ajudando o marido, aprendendo alguma coisas nos bancos de escolas. E conquistando nossos direitos em algum lugar na vida. Só não podemos desistir.
Um abraço a você e a todas as mulheres.

Ana Miranda disse...

Beth, já coloquei algumas fotos no meu blog. Dá uma olhadinha lá.
www.ana-miranda.blog.uol.com.br
O dia foi perfeito, não foi? A-do-rei!!! Beijos.

Ana Miranda disse...

Realmente, eu não havia notado sua pesquisa, vou voltar à página principal e responder. Beijos.

Heloísa disse...

Oi Beth vi a passeata de voces eu estava com meus filhos na Halfeld esperando passar, tentei chegar perto de voce mas voce estava andando rápido demais distribuindo papeis. Olha gostei do que vi voces tem força. Queria muito ter dado um abraço em voce Beth mas eu estava com os meninos e fiquei com medo de entrar na passeata, os garotos gritaram o seu nome mas voce não ouviu. Logo fui embora pois já estava lá muito tempo.
Quero dizer a você e a seus colegas que estamos do lado de voces, que abisurdo as pessoas não terem luz e aguá nos dias de hoje.

Anônimo disse...

Que movimento, valeu! Fora Custódio.

Sandra disse...

Beth não pude ir ao movimento popular por causa do trabalho mas acompanhei tudo pelo noticiário. Parabéns a todos vocês mulheres e homens que lutam pelos mais fracos. Bravo, a coragem dessas mulheres por lutar pela família para conquistar moradia descente.
abs

Da UFJF disse...

A luta das mulheres é constante. Não podemos parar. E Beth dentro dos próprios movimentos há vaidades e exclusão, acredite.
Só pessoas que nada lucram com essas lutas como você são capazes de um dia mudar esse país.

Carlinha disse...

Como nós mulheres consigamos construir a nossa volta uma sociedade tão machista?

Se somos nós que educamos os homens e essa educação acontece ainda quando eles mamam em nossos peitos cheios de leite.

Poderemos estar dividindo muito esse universo entre meninos e meninas.

O homem com toda a lei e suas consequências estão matando as mulheres. E quando estão a frente da política deixam a desejar em políticas que venham de encontro com as verdadeiras necessidades das mulheres.

Olá Beth espero ter contribuido no blog com essas perguntas.

Velasco disse...

As mulheres tinham que ser mais unidas e solidárias. Vi o movimento no calçadão, dá dó ver aquelas mulheres carregando seus filhos, solicitando o que é direito constitucional ao governo municipal. Se houvesse mais solidariedade essas mulheres estariam cuidadando de seus filhos, estudando ou trabalhando e seus maridos e companheiros empregados levando alimento e dignidade para casa. Onde está a solidariedade dessa cidade, morreu com os sonhos.